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Teresa Leal Coelho
Diário Económico2002/9/16

(...) "Os interesses, as crenças e as convicções de Portugal e dos portugueses não são padronizáveis por terceiros, o único e exclusivo intérprete da visão do Mundo por Portugal são os portugueses para o efeito representados. É neste pressuposto e sob este desígnio que Portugal se deverá posicionar no Mundo, e nos vários cenários deverá partilhar o que é desígnio comum. A paz e segurança internacionais bem como o respeito pelos direitos humanos são desígnio comum universal, o desenvolvimento económico e social harmónico e sustentado é desígnio comum europeu, a preservação da língua portuguesa e das identidades lusófonas é desígnio comum da lusofonia. Nestas matérias Portugal deverá partilhar políticas comuns concertadas estabelecidas pela comunhão de crenças entre os povos envolvidos. Para o efeito impõe-se garantir a manutenção da soberania adequada à prossecução dos desígnios irrenunciáveis de Portugal." (...)

Luís Salgado de Matos
Público
2002/9/30

(...) Portugal. Que não teria nascido, nem teria subsistido e prosperado, dispensando o oceano. Sem os descobrimentos marítimos, não nos teríamos afirmado no Mundo como povo. Sem o comércio naval, Lisboa não teria tido força para impor a restauração, em 1640, e mantê-la depois. Sem o renascer marítimo do princípio do século passado, não teríamos recobrado a energia nacional (...). Algures pelo caminho, esquecemos a regra marítima. Embora pelo mar continue a vir grandíssima parte da alimentação e da energia. (...) Vai de par com o nosso olvido do oceano o incremento dos receios em relação a Espanha. Esse incremento é justificado. Só uma clara opção marítima é susceptível de nos diferenciar, amanhã como ontem. (Portugal) tem que aprender, tem que reaprender, a viver com o mar. Tanto mais que a nossa integração na União Europeia acentua automaticamente a tendência para a continentalização da vida e da política portuguesas. (...)

Estêvão de Moura
Público2003/7/7

(...) Uma boa maneira de descrever o professor (Carlos) Queiroz podia ser a de o intitular ‘o (José) Saramago da bola’. Porque ambos os personagens têm afinidades indubitáveis. Os dois foram escorraçados do seu país. E vilipendiados pela mediocridade reinante. Um e outro procuraram lá fora o reconhecimento que aqui parecia impossível, tão grande era o incómodo causado pela sua sombra sobre os inevitáveis marqueses da inveja. Saramago e Queiroz têm tudo em comum e tudo em oposto. Convergem no fervor pelo trabalho. No acreditar em si próprios. No elevado sentido patriótico que sabem afirmar. No modo como, mesmo tendo atingido o pico das suas carreiras, continuam a trabalhar afanosamente. Mas divergem no modo como consolidaram a sua posição. Saramago é o autodidacta. Queiroz o estudioso. Saramago chegou tarde ao prado da fama. Queiroz repousou nele ainda muito novo. Saramago deu o fora mas não para muito longe: sedentário, geriu à distância confortável o imenso poder que o Nobel lhe trouxe. Queiroz, qual nómada, tem andado de canto em canto do Mundo: mostrando, como ele disse a uma entrevista, que ‘a qualidade, no mundo do futebol, é a primeira nacionalidade’. < topo

Teresa Leal Coelho
Diário Económico
2002/9/16

(...) "Os interesses, as crenças e as convicções de Portugal e dos portugueses não são padronizáveis por terceiros, o único e exclusivo intérprete da visão do Mundo por Portugal são os portugueses para o efeito representados. É neste pressuposto e sob este desígnio que Portugal se deverá posicionar no Mundo, e nos vários cenários deverá partilhar o que é desígnio comum. A paz e segurança internacionais bem como o respeito pelos direitos humanos são desígnio comum universal, o desenvolvimento económico e social harmónico e sustentado é desígnio comum europeu, a preservação da língua portuguesa e das identidades lusófonas é desígnio comum da lusofonia. Nestas matérias Portugal deverá partilhar políticas comuns concertadas estabelecidas pela comunhão de crenças entre os povos envolvidos. Para o efeito impõe-se garantir a manutenção da soberania adequada à prossecução dos desígnios irrenunciáveis de Portugal." (...) < topo

Henrique Neto
(empresário e ex-deputado
do Partido Socialista)
Público
2003/10/6

(...) "(Os nossos governantes) têm uma experiência de trabalho muito pouco internacional e, sobretudo, política. Não é que não viajem, mas não negoceiam contratos, o que lhes cria uma pobreza estratégica, pois não enfrentam problemas, nem os corrigem. (...) Depois da entrada na União Europeia, do euro e da ilusão do sucesso, há hoje um baixar de braços no discurso político. Alguns têm a ideia de que se Portugal ainda não conseguiu resolver os seus problemas, também não os conseguirá resolver agora. Portanto, há que aceitar a liderança da Espanha, que está neste momento a crescer. E Portugal, pensam, não será pior que a Andaluzia. É um disparate. (...) A região de Lisboa é a mais rica da Península Ibérica em paridade de poderes de compra. Eu julgava que era Barcelona. (...) É a partir das forças endógenas que se promove o desenvolvimento. O exterior, a UE, ajuda Portugal mas se não houver capacidade, visão estratégica, não se alcança esse objectivo. Por isso, o baixar de braços faz com que fiquemos dependentes de Espanha. Isso nota-se desde o TGV à Ota, no discurso oficial, no posicionamento de governantes, como o do ministro dos Negócios Estrangeiros, de quase aceitação da submissão a Espanha. (Isto justifica-se) pela falta de experiência, de visão internacional, de uma certa juventude do decisor. Há ainda falta de seriedade. (...) (O Governo) está (a adoptar o modelo económico espanhol), e é mau. Os governos, incluindo este, não têm modelo, nem ideias claras. Era essencial que as elites portuguesas se colocassem de acordo. Hoje, como não há projecto, alguns sentem-se derrotados e querem ir atrás da Espanha. Portugal tem tido fases destas na sua história. Espanha tem ideias muito claras do que quer de nós, e alguns pensam que isto é tudo deles. Como nos falta um projecto, não contrariamos essa ideia." (...) < topo

Maria Helena Mira Mateus
Expresso
2002/12/14

(...) "A difusão do português fora de Portugal exige uma actuação atenta e eficiente nos países que, por circunstâncias históricas, utilizam o português como língua oficial e nos países em que o português é língua estrangeira. Nestas duas circunstâncias o Governo necessita de considerar como uma prioridade o apoio ao ensino e difusão da língua, sob pena de outra língua vir ocupar o lugar actual do português, diminuindo drasticamente as relações culturais e económicas que hoje temos, de forma preferencial, com esses países. Considerar uma prioridade significa, por exemplo, apoiar de modo eficaz a formação de professores das escolas portuguesas em África, com financiamento indispensável e burocracia simplificada. (...) Significa abrir concursos para a construção de materiais mediatizados e informatizados para o ensino e para a difusão da língua, de terminologias informatizadas, de dicionários electrónicos e de bases de dados lexicais. (...) Significa não eliminar, antes. < topo

Clara Ferreira Alves
Expresso2002/9/7

(...) "Percebe-se como Portugal mudou, e como essa mudança é extraordinária, fazendo de nós cidadãos de primeira. Quem viaja pelo terceiro mundo, como eu viajei durante dias e dias, apercebe-se do capital de simpatia de que dispomos, e apercebe-se de que, ao contrário de antigamente, toda a gente sabe agora onde fica Portugal. Um país da Europa, justamente. (...) A história do coitadinho, uma mitologia cara ao salazarismo e às doutrinas da subserviência, acabou. Portugal é um país simpático, apesar de ineficiente e baldas. Tem hoje uma cultura, um estilo de vida, uma língua, uma paisagem e até uma economia que não embaraçam os portugueses. Tem liberdade de opinião e uma voz pública activa, mesmo frívola e demasiado ocupada com a telenovela dos famosos. Tem meia dúzia de notáveis espalhados por esse Mundo, além de (Luís) Figo e (José) Saramago. A Paula Rego, a Hanna e o António Damásio, a Maria João Pires, e tem ‘jogadores internacionais’ como o António Lobo Antunes – que (George) Steiner considera um génio, enquanto Harold Bloom considera Saramago um génio, e vão dois – (e) o Julião Sarmento, os Madredeus, para só referir alguns. (...) Este país pequeno que é o meu, esta questão que tenho comigo mesma, já não é o país triste do adeus português de Alexandre O’Neill. (...) Seria bom que nos lembrássemos que nem sempre fomos assim, e que estimássemos, em memória desse passado atrasado, o presente que alcançámos. Um país é muito mais do que a soma dos orçamentos e as contas em dia. Um país é um trabalho inacabado. < topo

Manuel Monteiro
África Hoje
2004/3

(...) "Devíamos trabalhar para que a CPLP de hoje se transformasse gradualmente não apenas numa comunidade de países de língua portuguesa, mas também numa comunidade económica com ênfase na livre circulação de produtos, de bens entre todos aqueles que fazem parte desta mesma comunidade. (...) A nossa língua comum não é apenas uma questão cultural, é também um bem transaccionável, porque quando eu vou fazer um negócio, se posso olhar no rosto do meu interlocutor que fala como eu e que entende o que eu digo, conhece as mesmas expressões, as coisas são muito mais fáceis e muitíssimo mais simples. Esse bem é algo que pode potenciar e reforçar a verdadeira comunidade económica. (...) Agora necessitamos, sem pôr em causa a nossa presença na Europa, de regressar em força ao Atlântico, como uma forma de potenciar a nossa presença na própria Europa, e até para nos afirmarmos como nação independente perante a Espanha. (...) A Europa é a nossa comunidade geográfica. A nossa comunidade natural é constituída por aqueles países que falam a nossa língua. Creio que deveríamos ter esta vertente de comunidade natural e comunidade geográfica. Este aspecto duplo deveria ser claramente reforçado." (...) < topo

George Steiner (professor e escritor norte-americano)
Público
2002/6/6

(...) "A teoria literária é um disparate arrogante. O que acontece na literatura são momentos de talento imprevisível, intuição, descobertas acidentais, boa e má sorte. (...) O império britânico estava fascinado pela navegação. E os britânicos leram Camões como um modelo para a expansão. (...) Ezra Pound foi o imperador da literatura anglo-saxónica, para gerações. Tinha o fantástico poder de ditar como ler e o quê. Em 1910 publica "O Espírito do Romance", muito anti-Camões. O que é Camões para Pound? Não uma força, mas um sintoma... julgamento terrível. Às vezes é poesia, diz Pound, mas quase sempre é ‘pompa vazia’. Lembramo-nos do que Pound fez por escritores como Flaubert, e perguntamos: ‘E se? E se Pound tivesse escrito um capítulo entusiástico sobre Camões?’ (...) (Eça de Queiroz) não era Balzac e Dickens, era ele próprio, com a sua grandeza de província. E foi um enorme desapontamento. (...) Uma indústria (Fernando) Pessoa está agora a fazer o seu caminho no mundo anglo-saxão. (...) Disse (numa crítica a uma tradução de ‘O Livro do Desassossego’) que era um livro importante, embora difícil, que não era preciso lê-lo todo, mas que fazia parte da constelação de grandes livros de cidades, a Trieste de Svevo, a Dublin de Joyce, a Viena de Musil." (...) < topo

Gil Gilardino (italiano, gestor hoteleiro)
Expresso
2002/7/27

(...) "Porque gosta um italiano do Douro?! Já viu bem à sua volta? Agora sou eu que lhe vou fazer uma pergunta: porque é que eu não deveria apaixonar-me por esta terra?! (...) Olhe esta minha laranjeira! E estas magnólias cheias de abelhinhas a tomar o pequeno almoço... Isto é a vida! (...) Vir parar ao Douro foi a melhor coisa que me podia ter acontecido na vida! (...) Vinha de férias, quando tinha uns 15 ou 16 anos, visitar o rei (Humberto) que estava exilado em Cascais. Comecei logo a gostar de Portugal. (...) Nunca tive coragem de escrever... Se o consigo fazer agora, isso significa que estou completamente integrado em Portugal. O que é uma grande vitória." (...) < topo

Hugo Van Wijk (holandês, gestor financeiro)
Jornal de Negócios
2002/6/6

(...) "(Num) estudo extensivo apresentado no ano passado pelo World Economic Forum, em conjunto com a Universidade de Harvard, sobre capacidade competitiva global, Portugal ficou globalmente no 31º lugar entre 75 países observados, mas no que respeita à eficiência da gestão, Portugal situa-se num mísero 53º posto, atrás de países como a Costa Rica. Obviamente que se poderá sempre debater o estudo; de igual modo, tratando-se parcialmente de opiniões de gestores estrangeiros, porque é que eles não voltam para os seus países se não estão satisfeitos aqui? Mas o que importa salientar é que mesmo que o estudo apenas reflicta uma percepção e não a realidade, terá sempre que ser considerado pelos gestores nacionais dado que a percepção é uma realidade que enfrentam constantemente. Por outras palavras, mesmo que lá fora apenas pensem que as empresas portuguesas têm fraca gestão, elas simplesmente não farão negócios consigo. E já agora, no que respeita ao ‘fetiche’ do título académico neste país... é, de facto, verdadeiro. (...) Seria interessante estimar o custo económico para Portugal deste focus hilariante à volta de títulos académicos. Apenas um exemplo prático: seria totalmente inimaginável manter uma discussão aberta (...) com a Dutch Association of Corporate Treasurers caso toda a gente se tratasse por ‘Doutor’. Utilizando Tim, Peter e Paul é bastante mais fácil apresentar o seu ponto de vista, partilhar o conhecimento e aprender. Nem mesmo em associações médicas as pessoas se tratam por ‘Dr.’ (...) Em termos da minha experiência pessoal com gestores financeiros em Portugal, posso afirmar que o cenário é de facto turbulento e, na maioria dos casos, o problema está relacionado com uma ‘cultura de negócio’. Não é que as pessoas não percebam nada de números. Pelo contrário (...). Se as acções necessárias ficam ‘encravadas’ durante o processo propriamente dito, é tipicamente devido a perícias de execução fracas porque as pessoas não têm as competências atribuídas – isto é, gestão autocrática em cima – ou porque não existe focalização e planeamento/prioritização para avançar. Pelo lado positivo, penso que o sentimento de urgência em Portugal está a aumentar e que algum tipo de ‘revolução’ na gestão seria útil. E este país tem obviamente um dos melhores registos no que respeita a processos revolucionários de mudança. (...) Uma cultura autocrática poderá de facto ajudar neste contexto." (...) < topo

Martin Page
jornalista-escritor britânico, autor do livro
"The First Global Village-How Portugal Changed the World
Informar (revista do ICEP)
2003/1

(...) "Portugal proporcionou a disseminação das leis e da civilização romanas para o norte através de toda a Europa, atingindo a fronteira da Inglaterra com a Escócia. Aí, no Muro de Adriano, foram encontradas ânforas provenientes do Alentejo. Durante o período islâmico, os primeiros conhecimentos de medicina existentes no continente tiveram origem em textos médicos cujas traduções do arábico para o latim foram feitas em Lisboa. Foi a oferta de Bombaim a Inglaterra por Portugal e o furto das cartas de navegação portuguesas pelos holandeses que levaram a Europa à sua era de expansão imperial. E assim por diante. (...) Um amigo meu, judeu holandês e professor de história colonial numa grande universidade nos Estados Unidos, (...) perguntou-me, irritado, porque é que actualmente os portugueses são mais apreciados do que os holandeses nas colónias que a Holanda tomou a Portugal e onde introduziu a educação e a medicina, a electricidade e o caminho de ferro, quando os portugueses tinham feito tão pouco. É um notável feito nos tempos que correm. A imagem de Portugal melhorou na última década. Quantos europeus de outras nacionalidades visitam actualmente Lisboa, apenas pelo prazer da visita. Nem teriam sonhado em fazê-lo há alguns anos atrás. A noção que alguns executivos estrangeiros costumavam ter sobre os seus parceiros portugueses, a de que seria melhor mantê-los à distância de um braço, ou através de intermediários luso-britânicos, é, nos tempos que correm, um arcaísmo e as relações na esfera dos negócios são mantidas de maneira normal. Está aceite que Portugal é uma democracia estável, e que as guerras coloniais em África, que tão prejudiciais foram para a sua reputação, dizem respeito às gerações passadas. Contudo, (...) há um longo caminho a percorrer no sentido de elevar o nível do perfil relativamente a Portugal. (...) Historicamente, os problemas de percepção da imagem de Portugal no exterior resultam parcialmente de detractores espanhóis que a fomentaram em proveito próprio, assim como de ingleses motivados pela rivalidade colonial no sul da África. Esta situação manteve-se até aos anos oitenta. (...) Um outro factor de ordem geral foi, e provavelmente ainda é, o comportamento de pouca intervenção que as comunidades portuguesas emigradas adoptam nos países onde residem. Poucas pessoas terão a noção, por exemplo, que o negócio de criação de gado no norte da Califórnia é dominado por portugueses. (...) Pergunto-me se Portugal não terá descurado a importância da construção de imagem na promoção dos seus produtos tradicionais, para além do cristal e da porcelana. Uma vez, num voo de Nova Iorque para Lisboa, fiquei sentado ao lado de um responsável pelas compras de um grande centro comercial, que cruzava o Atlântico apenas com o objectivo de localizar um determinado fornecedor de lenços bordados à mão da ilha da Madeira. Também me aconteceu o mesmo com um dos maiores fornecedores de louça sanitária dos Estados Unidos, que tinha desistido de comprar em Portugal azulejos em quantidade suficiente para fornecer aos seus clientes. (...) Houve alturas em que o Governo em Portugal tinha mais doutorados do que o Governo inglês tinha de ministros licenciados. Quando John Major, que andou na escola apenas até aos 16 anos, foi primeiro ministro, Cavaco Silva, que tinha ensinado economia na Universidade de York em Inglaterra e era então primeiro ministro de Portugal, deu-lhe um conselho amigável no sentido de que não permitisse a entrada da libra inglesa no sistema monetário europeu a uma taxa demasiado elevada. Major, ignorou-o, com consequências desastrosas que ainda hoje fazem sofrer a Inglaterra. Quando (um grupo financeiro) constituído por americanos e ingleses fez numa madrugada um ataque súbito sobre o escudo português, foi obrigado a retirar-se por volta da hora do almoço, severamente atingido e vários milhões de dólares mais pobre. Não lhes tinha ocorrido que o Banco de Portugal pudesse empregar tácticas mais sofisticadas e ágeis do que as deles próprios, formados que eram em teoria monetária pela Universidade de Chicago e treinados na prática (...) em Wall Street. Mesmo antes do projecto Ford-VW ter sido iniciado (em Palmela), a Ford compreendeu, que levava metade do tempo a formar um jovem operário português a controlar um robot na linha de produção do que um operário com funções idênticas nas fábricas da Ford localizadas no noroeste de Inglaterra." (...) < topo

Stephen Reckert (professor e escritor britânico)
Público
2002/6/6

(...) "Tanto nas cantigas de amigo como na poesia de Gil Vicente há a mistura inextricável do popular, a ‘subir’, e o culto da realeza, a ‘descer’. Uma espécie de reacção química, duas coisas que fundiu como talvez só ele, Lope de Vega e Garcia Llorca o conseguiram na história da poesia europeia. (...) O cânone poético português começa com as cantigas de amigo, passa por Gil Vicente, Camões e depois há três poetas canónicos portugueses: Cesário, Pessanha e Pessoa. Para mim, a poesia brasileira é uma coisa muito mais condensada: são três poetas, todos mais ou menos contemporâneos: Manuel Bandeira, Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. (...) A Sophia (de Mello Breyner) devia ter recebido o Nobel. Mas há três razões para isso não ter acontecido: era mulher, é poeta e ficou no seu país durante a ditadura. (...) Já que não deram o prémio à Sophia, deviam-no ter dado a José Cardoso Pires. (...) (Alexandre O’Neill) era genial, embora não obedecesse aos critérios que normalmente se associam à poesia: era irónico, satírico e a sua obra tem uma diversidade tão excelente." (...) < topo

Begoña Perez (espanhola, jornalista, correspondente em Portugal)
Expresso
2002/10/19

(...) (Os portugueses) parecem-me muito agarrados ao passado. Os espanhóis vivem mais o presente, são mais joviais. (...) Há cada vez mais solicitações sobre o que se passa em Portugal. Não tenho mãos a medir. (...) Portugal devia repensar muito bem a sua imagem no exterior. Os promotores de eventos ignoram muitas vezes os jornalistas estrangeiros. É um erro crasso. (...) Sou nova, estou a aprender, quero ficar por cá." (...)< topo

©copyright 2006,Octávio dos Santos (EDITOR), Emanuel Rosa, Céu Dias (DESIGN)

 

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