Colmatar
lacunas
Num país onde a frase "o que é nacional é bom"
tem por objectivo promover uma marca de produtos (massas, bolachas...) é
altamente gratificante saber que há quem realmente acredite (e o demonstre)
que ser português é bom.
Sabemos que os estrangeiros valorizam o trabalho e os serviços que prestamos
nas suas terras. Gostam dos portugueses pela facilidade que têm em usar
outra língua que não a sua, em se adaptar a outros usos e costumes,
em se dar com pessoas de outras nacionalidades, credos ou raças. Consideram
que os portugueses têm uma elevada capacidade produtiva, que são
bons no que fazem.
São também bons no campo do desporto, da música, da ciência,
enfim, em todas as áreas em que por vocação ou pura teimosia
se metem. Daí os prémios que lhes são atribuídos
nesses países em reconhecimento dos seus méritos, as medalhas,
os títulos, que traduzem o seu esforço, perseverança e
capacidade competitiva.
Mas quando se procura, em Portugal, saber desses feitos, estranhamente só
se encontra - quando se encontra - nos jornais ou revistas, enfim nos meios
de comunicação de âmbito geral e/ou especifico, algumas
linhas (poucas) num cantinho de uma página, ao lado de grandes destaques
dos temas que fazem vender esses mesmos jornais ou revistas (o futebol, a vida
social dos ditos colunáveis ...), uma referência tímida,
curta e pouco elucidativa do que de facto aconteceu.
A MAR vem colmatar esta (e outras) lacuna(s). Com a MAR vamos ficar a saber
mais sobre os portugueses. O que de bom fazem cá e além mar.
É por isso que quero felicitar os responsáveis pela MAR e desejar
as maiores felicidades à revista.
Lina Costa, Lisboa
Importante
e interessante
Já era tempo de todos ficarmos a saber o que de bom, importante e
interessante se faz neste país! Votos dos maiores sucessos!
Ana Margarida Ferreira, Oeiras
Tirar-nos
do torpor
Um projecto como a MAR tem uma causa, que é o nosso país, a nossa
história, o nosso povo, e todos aqueles que hoje querem ver-nos fora
do torpor secular. O projecto é bom e tem pernas para andar. A MAR vai
ter que existir pois pode e deve ser a bandeira que continua hasteada, representando
e enaltecendo os milhões de bandeiras que vestiram Portugal no ano de
2004. Vi o que nunca tinha visto a não ser nas grandes apoteoses norte-americanas:
ruas e ruas inteiras vestidas de verde e vermelho! Carros com três e quatro
bandeiras, camiões, tractores, autocarros das escolas, desportivos de
endinheirados... pela primeira vez, em 40 anos de vida, vi o meu povo ter verdadeiro
orgulho na sua bandeira, e a prova acabada é que muitos ainda as mantêm
e não é por esquecimento.
O fenómeno das bandeiras, tal como eu o vejo, extravasou o futebol e
foi o sinal inequívoco de que entrámos na corrida da Europa sem
traumas ou estigmas de inferioridade. Lembrem-se que durante 48 anos vivemos
totalmente amordaçados, sem direito ao mais fundamental dos valores,
a liberdade! Esse tempo, enquadrado historicamente, criou em nós um sentimento
profundo de pequenez, de subserviência, de baixarmos os olhos à
passagem do nórdico ou do britânico. Traumatizou-nos profundamente.
Mas o verão de 2004 ficará na memória de muitos como um
dos mais intensamente vividos. Sinto-me verdadeiramente feliz porque pela primeira
vez em 40 anos de vida vi o povo português unido e assisti a dias que
creio que dificilmente se repetirão nos anos vindouros, mas ficarão
marcados para sempre na nossa história. Não foi euforia, foi o
assumir de uma identidade há muito perdida... terá sido há
500 anos? Se bem que, na realidade, não houvesse razão para festejos,
continua a haver, isso sim, "n" razões para um enorme regozijo
e satisfação de ver, finalmente, um povo que se encontrou.
Jorge Pinto Guedes, Cascais